rExistem diferentes tipos de agulhas para máquinas de costura industrial. Têm características diferentes para finalidades específicas. É necessário conhecê-las bem a fim de selecionar as mais adequadas ao trabalho a ser executado.
A maioria das agulhas é niquelada nas são recomendáveis agulhas cromadas para costuras de couros fortes e sintéticos em que a máquina atinge alta velocidade, acima de 4000 RPM. O cromo é resistente ao calor e reduz o risco de danificar a linha.
Função
A agulha perfura o material e leva a linha até a lançadeira, laça a linha da bobina e forma os pontos.
Partes da agulha
A agulha constitui-se das seguintes partes: corpo, canaleta, cava, furo e ponta.
Cabo é a parte fixada na barra da agulha e indica o número e a marca da agulha.
Corpo é a parte compreendida entre o cabo e parte inferior do furo e determina a espessura da agulha a ser utilizada.
Canaleta é o canal protetor da linha. Localiza-se ao longo do corpo, desde a parte inferior do cabo à superior do furo.
Cava é o lado oposto da canaleta. Facilita o apanhamento da laçada pelo bico da laçadeira.
Furo é o orifício por onde passa a linha.
Ponta é a extremidade inferior da agulha. Existem agulhas com pontas apropriadas para diversos tipos de material a ser costurado.
Número e tipo de pontas de agulhas
Atualmente, tende-se a classificar as agulhas, quanto à espessura, com base no sistema métrico. O número da agulha corresponde ao diâmetro em milímetros do meio de seu corpo, multiplicado por 100. Por exemplo: se o diâmetro de uma agulha é 0,8mm, o seru número será 80 (0,8 x 100).
Esta escala se estende de 40 a 380, mas as agulhas usadas nas indústrias de calçados são as de nº 60 a 140. As agulhas numeradas neste sistema têm o número gravado em seu cabo.
Seguem exemplos de correspondência entre sistema de referência de agulhas (Nm e SIMANCO).
Agulha Nm | Agulha SIMANCO | Fio Nylon | Fio Algodão |
70 | 10 | 90 | 60 |
75 | 11 | ||
80 | 12 | 80/90 | 40/50 |
85 | 13 | 60/70 | |
90 | 14 | 40/60 | 30/40 |
100 | 16 | 30/40 | 30 |
110 | 18 | 20/24 | 16/24 |
120 | 19 | 10 | |
125 | 20 | ||
130 | 21 | U1 | U2 |
140 | 22 | 0 | 1 |
150 | 23 | 00 | 0 |
160 | 24 | 000 | 00 |
170 | 25 | 000 | 000 |
180 | 26 | 000 | 000 |
Tipos de pontas de agulhas
Basicamente, as agulhas têm ponta redonda ou ponta cortante.
As agulhas de ponta redonda perfuram o material por percursão e não por corte. São adequadas a costuras de materiais flexíveis.
As agulhas de pontas cortantes têm a função de costurar material resistente como o couro. As pontas cortantes basicamente fazem cortes na mesma direção ou no sentido vertical da costura. No primeiro caso, faz-se costura interna e no segundo, faz-se costura na superfície do material.
É necessários adequar a ponta da agulha ao tipo da costura do material, da linha e à quantidade de pontos por centímetro. A ponta inadequada pode cortar o material e romper a costura.
As pontas das agulhas têm um sistema de representação gráfica na forma de círculo. No centro é traçado um diagrama cartesiano ortogonal que divide o disco em quatro quadrantes iguais.
O disco representa a ponta da barra da agulha, olhada de baixo para cima. Sobre o disco é representada a silhueta da ponta da agulha, olhada de baixo para cima, seguindo a sua centragem na máquina.
Para designar as agulhas segundo o tipo de ponta adota-se um sistema de referência por letras que normalmente são tiradas na nomenclatura em alemão, ou em outros idiomas. A abreviatura é usada pela maioria dos fabricantes.
Tabela de referência das principais agulhas
Referência alemã | Abreviatura | Referência inglesa |
Rundspitze | R | Cloth |
Perlspitze | P | Wedge |
Spatenspitze | S | Reverse Spear |
Leder linksschneidend | LI | Twist |
Leder rechtsschneidend | Lr | Reverse Twist |
Vierschliff rechtsschneidend | Vr | Reverse Twist Spear |
Vierschliff linksschneidend | VI | Twist Spear |
Diamantspitze | Di | Diamond |
Dreikan auf Seite der langen Rinne | DI | Triangular Reverse Triangular |
Quadratspitze | Q | Stay |
Detalhe | ||
Schmale Spitze | s | Narrow |
sehr schmale Spitze | ss | Extra Narrow |
links cordiert | cl | Left Twist Groove |
rechts cordiert | cr | Right Twist Groove |
A representação das pontas dos principais tipos de agulhas, suas referências e utilidades são dadas a seguir, com a indicação das costuras.
Ponta redonda
Ref. R (rundspitze)
Ref. R (rundspitze)
Não corta o material, mas afasta-o para os lados, na sua passagem. Proporciona uma costura reta, levemente saliente. Prejudica pouco ou quase nada a resistência do material. É recomendada para costura de materiais à base de tecido. Em tecidos só se usa esta agulha. Embora não seja própria para uso em couros, pelas razões apontadas, presta-se para costura em baixa velocidade de couros finos como os de cabra e carneiro. Pode ser usada ainda em costuras de ziguezague, para prender elásticos e botões, e para costurar travetes.
Ponta em cunha
Ref. P (Perlspitze)
Ref. P (Perlspitze)
Corta a perfuração em toda sua extensão, proporcionando uma costura saliente. É própria para a costura de pontos pequenos em couros grossos e médios. É interessante seu uso em costuras de efeito adornativo, quando devem ser salientes e a aparência é mais importante que a segurança. Tem utilização conveniente na costura de materiais secos e quebradiços, como cromos estampadas.
Ponta em cunha estreita
Ref P-S (Schmair Perlspitze)
Ref P-S (Schmair Perlspitze)
Corta 70% da perfuração, alargando os restantes 30%. Proporciona uma costura saliente levemente inclinada. Presta-se bem para costurar com pontos pequenos em couros finos e flexíveis (anilinas e napas).
Ponta em cunha extra-estreita
ref. P-ss (Sehr Schmale Perlspitze)
ref. P-ss (Sehr Schmale Perlspitze)
Ponta muito estreita, corta apenas 50% das perfurações, sendo o restante alargado pelo corpo da agulha. Proporciona uma bela costura, levemente inclinada. Presta-se para cosutra de pontos pequenos em couros finos e macios, especialmente para a chamada costura italiana (10 a 14 pontos por cm). É usada em pelicas e camurças.
Ponta em pá e em pá estreita
Ref. S (Spatenspitze)
Ref. S-s (Schmale Spatenspitze)
Ref. S (Spatenspitze)
Ref. S-s (Schmale Spatenspitze)
A ponta em pá corta a perfuração em toda a sua extensão. É usada apenas em couros muito pesados e fortes, e mesmo assim com pontos grandes, pois as perfurações têm a mesma direção da costura, o que faz romper o material, especialmente se ele for quebradiço. Apresenta como vantagem uma ótima amarração do ponto e uma costura onde a linha fica escondida no material, protegendo a linha contra os agentes da fricção. As pontas S e Ss têm as mesmas características em sua costura. Uma costura feita com agulha Ss num material macio e tenaz, pode desaparecer no material se este for esfregado após a costura feita. Proporcionam uma costura reta, e nas máquinas de duas agulhas possibilitam obtenção de duas costuras perfeitamente paralelas, o que não é conseguido com nenhuma outra agulha.
Ponta couro torcida à direita e à esquerda
Ref. Lr (Rechtsschneidende Sederspitze)
Ref. LI (Sinksschneidende Sederspitze)
Ref. Lr (Rechtsschneidende Sederspitze)
Ref. LI (Sinksschneidende Sederspitze)
Estas agulhas realizam o corte de perfuração num ângulo de 45º em relação à direção da costura. Proporcionam costuras inclinadas, sendo que na agulha LI a inclinação vai depender da direção em que corre a lançadeira. São usadas agulhas com esta ponta na costura de couros grossos, pois proporcionam uma boa amarração dos pontos. O comprimento dos pontos deve ser razoável, pois existe o perigo de a linha cortar o material entre duas perfurações, e iniciar o seu rasgamento, o que é especialmente perigoso em couros secos e quebradiços. Esta agulha está sendo superada pela agulha P na indústria de calçados, à medida que os couros vão se tornando finos e macios. Seu emprego ainda apresenta vantagens nas máquinas de alta rotação e na obtenção de costuras firmes.
Ponta losango torcida à direita e à esquerda
Ref. Vr (Vierscliffspitze rechts)
Ref. VI (vierscliffspitze Links)
Ref. Vr (Vierscliffspitze rechts)
Ref. VI (vierscliffspitze Links)
Cortam 80% das perfurações que realizam. O corte é feito em ângulo de 45º em relação à direção da costura. Realizam o corte em 4 planos cortantes, o que produz menos atrito durante o trabalho e o aquecimento da agulha é menor. As agulhas com esta ponta têm uma centragem muito firme (não se torcem durante a costura). São empregadas na costura de couros grossos e tenazes, como camurção. As costuras apresentam aspecto inclinado como as proporcionadas pelas agulhas Lr e LI.
Ponta diamente
Ref. Di (Diamantspitze)
Ref. Di (Diamantspitze)
Tem características semelhantes às das agulhas Vr e VI, sendo que sua costura tem o aspecto da agulha S. Emprega-se em pontos grandes, em couros estampados.
Ponta triangular
Ref. DI (dreikantspitze)
Ref. DI (dreikantspitze)
Tem a ponta em forma de triângulo, podendo apresentar-se de várias maneiras. Na forma ilustrada, o vértice está voltado para a canaleta grande e central do disco. Penetra o material e realiza o corte em três planos sem muita resistência. Tem boa centragem, não se torce durante a perfuração. Recomenda-se seu uso em couros grossos e tenazes, quando há dificuldades com outros tipos de agulha. A costura têm configuração reta.
Condições de uso
As agulhas mais comuns são banhadas em cromo ou níquel. Na maioria dos casos, as agulhas niqueladas satisfazem às necessidades. Entretanto, se a forma de trabalhar aquecer a agulha a ponto de torná-la azulada ou de derreter os fios sintéticos, é recomendável o uso de agulhas banhadas em cromo, que é um metal de maior resistência ao calor.
As agulhas são objetos frágeis. Todo cuidado deve ser tomado para evitar sua quebra, pois, não se pode pensar em produtividade com agulhas se quebrando a todo momento. A quebra da agulha pode ser diminuída por meio dos seguintes cuidados:
- a agulha deve ter ponta bem formada;
- a agulha deve ser reta, bem como a barra da máquina;
- a agulha deve passar bem no meio do furo da chapa, sem roçar;
- nas máquinas de agulha transportadora, a agulha deve penetrar a chapa no primeiro terço do furo;
- a agulha deve resvalar na borda do material;
- não se deve empurrar, nem puxar o material durante a costura.
Não existe a possibilidade de a lançadeira quebrar a agulha. Se houver quebra de agulha, as causas são outras.
A escolha da agulha
As agulhas representadas na tabela anterior podem ser obtidas com ponta normal, estreita ou extra-estreita.
A ponta estreita tem 2/3 de diâmetro do corpo; a extra-estreita tem 1/3 do diâmetro do corpo. No pesponto de calçados são empregadas, em maior escala, as de ponta estreita e extra-estreita. As de ponta torcida para a direita são as mais usadas.
As informações dadas referem-se a agulhas usadas em máquinas em que a lançadeira corre à direita da agulha, sobre um eixo horizontal.
Em máquina em que a lançadeira gira sobre um eixo vertical, as agulhas sofrem uma torção de 90º, e assumem uma nova configuração. Sua representação gráfica é alterada conforme ilustra a figura abaixo, a linha não é enfiada da esquerda para a direita, mas sim na diração do sentido da costura. Deste modo, uma agulha de ponta P se transforma numa ponta S e uma ponta torcida à direita, transforma-se numa torcida à esquerda. Este fato requer atenção na escolha de agulha para a costura desejada.
As agulhas dotadas de canaletas de torção em sua ponta merecem uma consideração especial. São empregadas em costura de couros muito duros. A canaleta, orientada para a esquerda ou para a direita, permite a formação de laço num determinado sentido. As agulhas com canaleta orientada para a direita devem sem empregadas quando a lançadeira apanha o laço girando para a direita. Se a lançadeira correr para a esquerda, a canaleta deve ser orientada para a esquerda. As canaletas de torção podem estar presentes em vários tipos de agulhas, tanto nas estreitas como nas extra-estreitas.
Em máquinas de duas agulhas é preciso notar o movimento das lançadeiras para a colocação das agulhas, já que em algumas delas as lançadeiras giram em sentidos contrários, como na figura abaixo. Se as duas lançadeiras giram para a direita, as duas agulhas devem ter a canaleta orientada para a direita.
Direção da Costura
Há costuras que têm a finalidade de adornar o produto. Neste caso, são empregadas linhas grossas e pontas grandes para aumentar a visibilidade. São usualmente empregadas agulhas de pontas torcidas. Neste caso, a torção da ponta da agulha deve ter o sentido contrário a de torção da linha e ao sentido em que gira o lançadeira. Por exemplo: se a torção de linha é Z e a lançadeira gira para a esquerda, a agulha a usar deve ter ponta Lr ou Vr. Se esta combinação não é obedecida, a linha se desenrola causando distorção na costura e pontas falhas.
Resistência remanescente do couro
Quando as agulhas perfuram o material reduzem a resistência do couro devido à espessura da agulha, ao tipo de sua ponto e ao número de pontos por centímetro da costura. A escolha de uma agulha deve considerar estes fatores.
Os níveis de destruição do couro podem ocorrer nas seguintes casos:
- Uma agulha tipo "P" nº 100 que realiza numa costura de 10 pontos por centímetro, destrói 0,30mm do material, restando uma resistência de 70%.
- Uma agulha tipo "Lr" nº 100 que realiza uma costura de 10 pontos por centímetro, destrói 0,63mm do material, restando uma resistência de 37%.
- Uma agulha do tipo "Ss" nº 100 que realiza uma costura de 10 pontos por centímetro, destrói 0,70mm do material, restando uma resistência de 30%.
Para as agulhas mais usadas dispõe-se de uma tabela de resistência remanescente, com valores calculados e comprovados, relativos a couros de bezerro e de novilho. Os valores são dados em porcentagem
Agulha | Nm 70 | Nm 100 |
Nº de pontos | 5 pontos/cm 10 pontos/cm | 5 pontos/cm 10 pontos/cm |
B K R B K R | B K R B K R | |
Ps | 90 94 95 80 85 87 | 85 84 86 70 61 66 |
Pcls | 90 86 87 80 70 73 | 85 76 79 70 38 50 |
Ss | 75 82 83 50 59 66 | 65 66 73 30 26 35 |
Lr | 79 83 85 58 65 68 | 68,5 72 76 37 41 48 |
Vr | 77,5 77 78 55 51 50 | 67,5 62 66 35 22 24 |
Dl | 68,5 72 74 37 33 38 | 55 59 64 10 5 8 |
B = Calculados
K = Couro de bezerro
R = Coro de novilho
K = Couro de bezerro
R = Coro de novilho
Não existe uma norma exata para estabelecer a agulha correta para certo tipo de couro, data a grande variedade de ambos e o constante fluxo de novidades em matéria de couros. Um teste, entretanto, pode ser feito para saber se a agulha é apropriada a um tipo de linha com que se queira costurar o material. Coloca-se a agulha na máquina em a linha e perfura-se o material. Se, ao puxar a linha, com a agulha espetada, houver resistência, a agulha é muito fina.
Em agulhas finas pode ocorrer o fenômeno da inconstância da centragem da agulha, principalmente em máquinas de alta velocidade, o que faz a agulha escrever durante a costura. Este inconveniente pode ser remediado observando-se:
- velocidade da máquina;
- tensão da linha;
- ângulo de entrada da linha na agulha
A velocidade da máquina não permite, muitas vezes, que a agulha volte ao seu lugar quando deslocada. A velocidade deve ser adaptada ao número de agulha e da linha. Com agulha nº 65 e linha de seda 100/3, a máquina não deve dar mais de 1800 pontos por minuto. Se a agulha é mais fina, a velocidade deve ser diminuída.
A tensão da linha pode puxar a agulha para os lados, o que requer observação no tensor. A tensão da linha tem maior possibilidade de ação quando o ângulo de entrada da agulha é grande. As agulhas podem adquirir maior estabilidade de centragem quando são do tipo reforçado (VS), onde o degrau que liga o bulbo ao corpo é mais prolongado (até à entrada da zona de perfuração).
As agulhas têm melhor condição de funcionamento, se o calcador da máquina estiver o mais próximo possível das agulhas, sem ser tocado. Isto facilita a perfuração. Também contribui para a perfuração, o tamanho do furo da chapa da agulha, que deve ser suficiente para permitir a passagem da agulha.
Linhas de pesponto
As linhas usadas em pesponto de calçados são fibras torcidas em vários diâmetros, comprimentos. Podem ser fibras naturais ou sintética.
As linha obtidas de fibras naturais são de seda, algodão e linho. As fibras sintéticas são as de poliamida e poliester.
Fibras naturais
A linha de seda é a fibra obtida do casulo do bicho da seda. A seda apresenta-se nas cores brancas, amarela ou esverdeada, em seu estado natural, mas pode ser tingida numa variedade infinita de cores.
Vários fios torcidos constituem a linha de seda com várias espessuras.
Linha de algodão é a fibra da semente do algodoeiro. É uma fibra curta, extremamente forte e torcida. Proporciona fios que, reunidos, formam as linhas. Também podem ser tingidas em várias cores.
Fibras sintéticas
A poliamida é conhecida por "Nylon" nos Estados Unidos e por "Perlon" na Alemanha. É feita de resina clara de HexametilEndiamina, obtida do carbono, cálcio, hidrogênio e nitrogênio. É muito resistente, embora sensível ao calor, retém mais água do que o "poliester", tem grande elasticidade e pouca resistência aos ácidos.
O Poliester consiste numa mistura de etinoglicol com ácido terftálico. Apresenta uma elasticidade muito boa e é mais resistente ao calor do que o "nylon" e menos que a seda.
As fibras sintéticas proporcionam uma linha de grande resistência ao atrito, aos agentes do tempo e aos agentes químicos e biológicos.
Numeração das linhas
Existem vários sistemas de numeração de linhas mas o mais utilizado é o tex, cujos números dão o peso em grama de 1000m de linha; o Nm indica o número de metros necessários para um grama de peso.
Torção de linha
Quando os fios são torcidos para a formação da linha, sua torção pode ser feita para a esquerda ou para a direita.
Para testar a torção, segura-se a linha com ambas as mãos e distorce-a com os dedos indicador e polegar da mão direita.
Desse modo, pode-se determinar o lado em que o fio foi torcido. Se a torção foi feita para a esquerda, é designada pela letra Z, e se foi para a esquerda, pela letra s.
Deve-se observar a torção das linhas de nylon e das linhas grossas antes de usá-las. As de torção em Z são apropriadas para máquinas de pesponto em que a lançadeira deve girar para a esquerda, para não desenrolar a linha. Para superar esta dificuldade, algumas linhas sintéticas têm uma cobertura plastificada.
Depois de certa espessura, as linhas passam a receber o nome de fios ou cordões. Apesar de não haver normas para a distribuição, usa-se o termo linha quando é usada em máquinas de pesponto e cordões ou fios quando usados em costuras manuais ou em máquinas de costurar solado.
Tipos de fios
Os fios podem ser classificados segundo os seguintes critérios:
- Quanto à disposição dos filamentos:
contínuos | descontínuos |
- Quanto ao número de filamento:
- monofilamento - um filamento só;
- multifilamento - mais de um filamento
Os fios de multifilamento podem ainda subdividir-se em simples ou enrolados, retorcidos e trançados.
Exemplos:
Em 1 etapa
Em 2 etapas
- Quanto à torção
- Binagem: operação que consiste em juntar dois fios ao fio já torcido e pode ser feitas com:
1ª torção e 2ª torção (ou retorção) ou
2ª torção contrária à 1ª torção.
- Quanto ao tingimento, há dois processos de tingimento de linhas: o PA-105ºC para fios de Poliamida e o PES-130ºC para fios de "poliester".
- Quanto ao acabamento:
- Encolagem (somente PA) - feita com resina de Poliamida.
- Aplicação de Silicone: para melhor deslizamento e proteção do fio
Numeração das linhas
Com peso fixo (NM = número métrico)
NM = comprimento em metros
Peso em gramas
Peso em gramas
Exemplos:
- Nm 120/1 = 120 metros pesam 1 grama
- Nm 40/1 = 40 metros pesam 1 grama
Obs.: Nm 120/1 é mais fino que Nm 40/1 - Nm 120/3 = 120 metros pesam 3 gramas, ou seja, 40 metros pesam 1 grama. Isto significa que o fio é composto de 3 cabos de Nm 120/2.
- Nm 40/2 = 40 metros pesam 2 gramas, ou seja, o fio é composto de 2 cabos de Nm 40/1.
Com metragem fixa (dtex = decitex)
diex = Peso em grama
10 000 m
10 000 m
Exemplos:
- 85 (1) dtex = 10 000m de fio pesam 85gr
- 250 (1) dtex = 10 000m de fio pesam 250g
Obs.: Neste sistema obtém-se diretamente a espessura do fio, ou seja, 250 (1) dtex é mais
grosso que 85 (1) dtex.
- 250 (3) dtex = 10 000m de fio pesam 250g e este fio é composto de 3 cabos de 85 (1) dtex cada.
Conversão de Nm para dtex
dtex = 10 000
Nm
Nm
- uso das linhas, por tipo e por tamanho, está relacionado com o material a costurar e com a agulha que deve ser usada. A tabela abaixo dá algumas indicações.
Couro | Agulhas Nm | Linhas
|
Couros leves (finos) (mestiço, bezerro camurça) | 60 70 | 150/3 até 130/3 | 150/3 até 100/3 | 200/3 até 180/3 | 120/3 até 80/3 | |
Couros leves (nobuk, selvagem, pelicas) | 75 - 80 | 120/3 até 80/3 | 100/3 até 80/3 | 150/3 até 120/3 | 80/3 até 70/3 | |
Couros médios (anilinas, napas, verniz) | 85 - 90 | 80/3 até 70/3 | 80/3 | 80/3 | 70/3 até 60/3 | |
Couros pesados (anilinas, cromo) | 95 - 110 | 70/3 até 50/3 | 60/3 até 40/3 | 70/3 até 50/3 | 60/3 até 30/3 | 40/3 até 30/3 |
Couros super-pesados (atarrados, estampados | 120 - 140 | 30/3 | 30/3 | 40/3 até 30/3 | 30/3 até 20/3 | 30/3 até 20/3 |
Robinson Leandro da Silva
ROBMAQ – Consultoria em Moda e Representação Comercial Ltda
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