No inicio de fevereiro, aconteceu o Casa Cor 2012 em São Paulo, que teve como tema “Moda, Estilo e Tecnologia”. Jum Nakao, um dos homenageados do evento, fez uma reflexão sobre design, arquitetura e tecnologia, e o que tudo isso tem a ver com o universo fashion. Esse tema despertou novamente uma questão que é alvo de discussões entre profissionais da moda há algum tempo: Afinal, qual é o objeto de ligação entre essas áreas?
De acordo com a jornalista e produtora de moda Lu Catoira, “As vestimentas são um fenômeno social. Tanto que as formas mais expressivas da moda buscam por interpretações sociais, localizadas no tempo, destacando a identidade como processo dinâmico em processo permanente”. Ou seja, a moda, que antes era vista como frescura, hoje é tratada como fenômeno social, capaz de determinar épocas e escrever a história da humanidade. O ato de se vestir é, mesmo que no inconsciente de cada um, uma forma de se expressar para o mundo, para o externo. É algo público e ao mesmo tempo individual, que define comportamentos de acordo com o ponto de vista da sociedade. É, como diria Jum Nakao, uma verdadeira “intervenção na paisagem urbana”. Antes de sair de casa, você veste os seus gostos e estilo e os expressa na rua.
Nesta linha de pensamento, do que é público e do que é privado, temos a arquitetura, que se manifesta de maneira particular, exclusiva. É um design pessoal, criado para o interior de um ambiente, ou seja, o proprietário seleciona quem pode ver, não é uma manifestação pública – salvo os grandes ambientes que estampam as revistas de decorações e o próprio Casa Cor, além de shoppings, lojas e espaços públicos. Mas que também não deixa de ser uma manifestação da sua identidade, uma forma de expressar para os seletos convidados a sua identidade, os seus gostos, o seu estilo. Já consegue enxergar uma linha tênue que separa esses conceitos?
A tecnologia se insere nessa atmosfera através da ascensão de uma classe econômica que antes era invisível e não tinha chance de expressar os seus gostos e interesses. Atualmente, o design e a tecnologia estão de mãos dadas no setor econômico. Os designers de todas as áreas enxergaram a possibilidade de um maior crescimento na área tecnológica e fashion. A maioria da população tem a chance de mostrar para o mundo o seu estilo e (principalmente) status através do seus celulares, carros, computadores, ipos, ipads e todos os “i’s” possíveis, das suas roupas, acessórios ou de uma simples cadeira que enfeita a sua sala. O design evoluiu nos últimos tempos e passou de útil para essencial. É a transformação de sonhos e idéias em realidades palpáveis da maneira mais simples e eficaz, pronta para consumo imediato. O processo de criação de uma vestimenta, do ponto de vista de um designer, é a análise e união das esferas do processo, do produto e da imagem. O resultado é o poder de liberdade de expressão nas mãos do consumidor, a chance de experimentar novos olhares e de materializar seus desejos.
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Matéria: Lorena Bezerra
Site: Profissão Moda
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